As doenças parasitárias ou parasitoses são doenças infecciosas provocadas por um ser vivo parasito protozoário ou metazoário. Algumas dessas enfermidades relaciona-se à falta de normas básicas de higiene e saneamento ambiental. Entre essas doenças podemos citar como exemplo a esquistossomose, uma infecção causada por um verme parasita da classe Trematoda. O determinado helminto possui gênero Schistosoma que pertence à classe Trematoda, família Schistosomatidae e subfamília Schistosomatinae (GUSMÃO; MARCONATO, s.d.). Esse parasita tem como hospedeiro intermediário o caramujo do tipo Biomphalaria, que pode ser encontrado em diversos locais em nosso país. 

Ademais, o homem surge como o principal hospedeiro e reservatório do parasita com  suas fezes e urina, onde os ovos do parasita são disseminados (BRAZ, 2018). Por isso, a doença ganha potencialidade em regiões sem saneamento, com a exposição de dejetos ocorre a contaminação.  O caramujo assume o papel de hospedeiro intermediário,  assim como caracóis ou lesmas, onde os ovos evoluem a forma larvária (BRAZ, 2018). O hospedeiro intermediário pode ser encontrado em locais de água doce, como por exemplo rios, riachos, lagoas e até caixas de água residenciais no país.

Segundo o Guia de Doenças Infecciosas e Parasitárias (2010), produzido pelo Ministérios da Saúde, a  Esquistossomose Mansônica caracteriza-se como uma doença parasitária, possuindo como agente etiológico o trematódeo Schistosoma mansoni e sua sintomatologia clínica relaciona-se ao seu estágio de evolução no organismo. 

Imagem 01: Infográfico Esquistossomose. Fonte: Google Imagens.

Nesse sentindo, a doença possui estágios de infecção e fases gradativas. A fase aguda pode apresentar-se de forma assintomática ou como dermatite cercariana, caracterizada por micropápulas eritematosas e pruriginosas, no período de até cinco dias após o processo de  infecção (BRASIL, 2010). Com cerca de 3 a 7 semanas após a exposição ao parasita, podem ocorrer novos sintomas. Nessa fase pode ocorre a febre de "Katayama", caracterizada por sintomas específicos como a  linfodenopatia, febre, anorexia, dor abdominal e cefaleia. Diante desse quadro clínico sintomas podem ser acompanhados de diarreia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia. Com seis meses de infecção existem riscos para a evolução da doença para a fase crônica, de acordo com Ministério Saúde (2010, p.171) essas formas clínicas são: 

  • Hepatointestinal: Caracteriza-se pela presença de diarreias e epigastralgia. Ao exame físico, o paciente apresenta fígado palpável, com nodulações que, nas fases mais avançadas dessa forma clínica, correspondem a áreas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de Symmers.
  • Hepatica: A apresentação clínica dos pacientes pode ser assintomática ou com sintomas da forma hepatointestinal. Ao exame físico, o fígado é palpável e endurecido, à semelhança do que acontece na forma hepatoesplênica. Na ultrassonografia, verifica-se a presença de fibrose hepática, moderada ou intensa
  • Hepatosplênica compesada: A característica fundamental desta forma é a presença de hipertensão portal, levando à esplenomegalia e ao aparecimento de varizes no esôfago. Os pacientes costumam apresentar sinais e sintomas gerais inespecíficos, como dores abdominais atípicas, alterações das funções intestinais e sensação de peso ou desconforto no hipocôndrio esquerdo, devido ao crescimento do baço. Às vezes, o primeiro sinal de descompensação da doença é a hemorragia digestiva com a presença de hematêmese e/ou melena. O exame físico detecta hepatoesplenomegalia. 
  • Hepatosplênica descompesanda: Considerada uma das formas mais graves. Caracteriza-se por diminuição acentuada do estado funcional do fígado. Essa descompensação relaciona-se à ação de vários fatores, tais como os surtos de hemorragia digestiva e consequente isquemia hepática e fatores associados (hepatite viral, alcoolismo).
Dessa forma, alerta-se que a  doença deve ser detectada precocemente, evitando que os estágios evoluam e se tornam graves, por isso os indivíduos infectados devem ser acompanhados por um profissional da saúde. 

Referência:

BRAZ, N. Esquistossomose: conheça o ciclo evolutivo e manifestações da doença. Disponível em:<https://www.medicina.ufmg.br/esquistossomose-conheca-o-ciclo-evolutivo-e-manifestacoes-da-doenca/> Acesso em 30 set 2020. 

GUSMÃO, M.; MARCONATO, D. Schistosoma mansoni: O parasito e seu ciclo biológico. Disponível em:<https://www.ufjf.br/labproteinas/material-de-apoio/esquistossomose/ciclo-biologico/> Acesso em: 30 set 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso, 8. ed. rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf> Acesos em: 29 set 2020.

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